A neurobiologia não explica tudo
Anda para aí uma grande excitação sobre o estudo que indica que as diferenças entre a esquerda e a direita podem estar relacionadas com diferentes formas do cérebro processar a informação. A atracção para explicar diferenças comportamentais através da neurobiologia já tem os seus anitos. Tempo mais do que suficiente para perceber que os genes ou os neurotransmissores não conseguem explicar tudo. Não justificam, por exemplo, o que é que atrofiou o córtex em causa de José Manuel Fernandes, Pacheco Pereira, Zita Seabra, Ferreira Fernandes, João Carlos Espada, de...
7 comments:
Eu suspeito que se anda a fazer de facto uma certa confusão.
Sugiro a leitura de:
http://home.cc.umanitoba.ca/~altemey/
"The Authoritarians" de Bob Althemeyer, disponivel em PDF.
Althemeyer dedica-se sobretudo a analisar os "Autoritários de Direita", porque nos EUA/Canadá, é quase impossivel encontrar autoritários de esquerda, que também os há.
Parece-me este eixo (Autoritário/não autoritário) mais util para caracterizar as diferenças cognitivas de que o artigo fala.
:)
Ou que atrofiou no cérebro do Jerónimo de Sousa, do Louçã, do Verdes Eufémios, ...
Nelzon,
A atrofia não tem nada a ver com superioridade ideológica, mas sim com os resultados do estudo que indicam que os conservadores têm um determinado córtex com menos actividade do que as pessoas de esquerda. Como se pode ler na notícia do DN:
De acordo com os resultados do estudo, que foi coordenado por David Amodio, da universidade de Nova Iorque e publicado na Nature Neuroscience, "as pessoas de esquerda" apresentam quase o dobro da actividade das "de direita" nesta estrutura cerebral.
http://dn.sapo.pt/2007/09/11/ciencia/ser_esquerda_direita_tambem_esta_cer.html
Caro Pedro,
Se uma área tem menos actividade cerebral não significa, necessariamente, que esteja atrófica.
Eu que às vezes até simpatizo com algumas das coisas que escreve tenho que concluir que este texto transborda de superioridade ideológica. Infelizmente.
Nelzon e Pedro Morgado,
Parece-me que estão a dar demasiada importância a uma palavra. Já disse que não tem nenhuma implicação ideológica, a começar pelo facto de que acho este tipo de estudos ridículos. Não acredito na tendência para explicar tudo de uma forma biológica e mecânica. A ideia do post é fazer uma piada a esse facto e à mudança ideológica de quase toda uma geração que passou da extrema-esquerda mais ortodoxa para o conservadorismo mais ortodoxo.
Não partilho da ideia de que os estudos sejam ridículos. Não podem é ser lidos da forma que a imprensa generalista os apresenta.
Quanto ao resto, se diz que é uma piada quem sou eu para duvidar. Assunto encerrado.
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