Os anti-americanos do “mas” já chegaram à América
Enquanto dezenas de milhar de portugueses invadiam as ruas a protestar contra a guerra, e as sondagens indicavam uma oposição de 80% à invasão do Iraque, a imprensa enchia as páginas com editoriais e colunas de opinião que não escondiam uma “lágrima furtiva” com o “25 de Abril” de Bagdad. Foi curta a emoção, sendo curioso reparar como mudaram de opinião, ou passam ao lado do assunto, os mais encarniçados guerreiros de sofá da nossa imprensa.
O 11 de Setembro é o dia que lhes resta para ajustarem contas com o seu passado, sem os “adversativos” que tanto irritam Ferreira Fernandes. O colunista, que escreve diariamente na esquina direita do DN, está muito irritado porque “para alguns foi 11 de Setembro mas”. Não que Ferreira Fernandes tenha alguma coisa contra o mas e o uso de adversativos, não gosta é que alguém os utilize quando ele não concorda. Veja-se o que escrevia FF nos dias seguintes à eleição de Zapatero. “A discussão que vai para aí sobre se Aznar mentiu ou não! Um primeiro-ministro a escamotear dados para ganhar eleições é assunto importante quase sempre. Mas não neste caso.” Pois...
A mentira interessa pouco a Ferreira Fernandes, seja em Madrid ou em Washington, com paragem nos Açores. O exercício é conhecido. Quem critica a política da administração Bush, e a forma como conduziu a guerra ao terror depois do 11 de Setembro, é anti-americano. São "os que não contam". Só há um problema nesta lógica. É que os EUA estão cheios de anti-americanos. Tantos, que até levam os seus "mas" para os programas nas maiores estações televisivas. Aqui fica um exemplo, da emissão especial da MSNBC no 11 de Setembro.
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