16 outubro, 2007

Cambada de ingratos que não percebem a importância da consolidação orçamental

No Dia Mundial da Alimentação, que hoje se assinala, a Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome alerta que há hoje mais pessoas a pedir ajuda do que nos anos anteriores. Em 2006, foram 216 mil as pessoas que receberam alimentos.

Esse número, com base na realidade que vai constatando, tem sido engrossado por aqueles a quem chama "novos pobres", pessoas que têm emprego e recebem salário, mas cujo rendimento não dá para satisfazer as necessidades da família.

O cenário poderia ser ainda mais negro se não fossem as ajudas do Estado. O INE calcula que, se não fossem as pensões de reforma e os subsídios do Estado, haveria mais de quatro milhões de portugueses em risco de pobreza. Do mesmo modo, um terço da população activa entre os 16 e os 64 anos seria pobre se dependesse apenas do trabalho.

O fosso entre ricos e pobres continua a ser o maior da União Europeia. O Diário Económico escreve que os dois milhões de portugueses mais ricos do país têm rendimentos quase sete vezes superiores aos dos dois milhões de pessoas mais pobres.

5 comments:

Anónimo disse...

portanto, caro pedro, do título podemos concluir que a fome e a miséria acabam desde que não haja consolidação orçamental, certo ?

Real

Anónimo disse...

Jardim Gonçalves e o seu filho mostram aos portugueses como se enriquece.
E claro, não é a trabalhar.

Pedro Sales disse...

Caro anónimo,

Quem parece acreditar na equação inversa é o primeiro-ministro e a sua felicidade com os 3% de défice. Há anos que a obsessão com o défice é a única discussão que existe sobre o estado do país. Entretanto, a taxa de desemprego ultrapassou, pela primeira vez em quase 30 anos, a taxa de Espanha e continuamos com os níveis de pobreza que se dá conta na notícia. Há mais vida para além do défice.

Anónimo disse...

Sò falta o ministro vir dizer ,"se nao teem pao porque nao comem croissans?".

Anónimo disse...

Penso que se trata de um ciclo vicioso. Se não baixar o défice significa que gastamos mais do que temos para gastar. É óbvio que isso é extremamente negativo a médio e longo prazo. Contudo este governo tem feito um excelente trabalho a descapitalizar as pequenas e médias empresas, a extorquir impostos aos contribuintes não cumprindo ele próprio as obrigações para com estes. Mas sobretudo a descapitalizar as famílias. Seria mais importante uma redução do défice à custa dos benefícios de alguns e de gastos idiotas como os gastos na defesa. Seria mais interessante manter no estado empresas rentáveis e não oferecê-las aos privados por meia dúzia de tostões... enfim... para ajudar esses tais portugueses mais ricos...