07 outubro, 2007

Tinha mais sentido chamar-lhe Ministério dos projectos apoiados pelo governo

O Governo autoriza a extracção em profundidade de mais 60 metros nas pedreiras da Arrábida, permitindo que a Secil tenha matéria prima para continuar a escavacar a serra por mais 20 anos, e o secretário de Estado do Ambiente vai à RTP dizer que, pela primeira vez, um governo está a limitar a acção das pedreiras nesta zona protegida...

As populações queixam-se das linhas de muito alta tensão, e o tribunal manda a REN desligar uma dessas linhas, e logo vem o ministro do ambiente dizer que, hoje, é “claramente maioritária” a opinião dos especialistas que recusam o impacto na saúde das linhas de alta tensão. Ora, como o ministro tem a obrigação de saber, o que a maioria dos estudos indica é que não há dados conclusivos que permitam estabelecer uma ligação causal entre a proximidade das linhas e o aumento de cancro - o que é bem diferente. Mesmo assim, a Organização Mundial de Saúde refere que a proximidade destas linhas pode aumentar em 200% o risco das crianças contraírem leucemia.

As autoridades galegas chumbaram a construção de uma unidade de aquacultura da Pescanova porque estava em terrenos da Rede Natura 2000. O governo português autoriza a sua instalação em Mira, e José Sócrates garante que todas as normas ambientais foram cumpridas, apesar de estar novamente numa Rede Natura 2000. Perante as criticas da Quercus, o ministério do Ambiente garante que não existe nenhum problema ecológico, mesmo sem ser conhecido o resultado do estudo de impacto ambiental. Se vier a ser negativo, diz, terá que ser adoptada outra solução...e o primeiro-ministro lá terá mais uma oportunidade de continuar a propaganda, em directo, num púlpito da Pescanova.

1 comments:

smbc disse...

Vejam este vídeo que postei, do programa da RTP 2 biosfera:

http://mineralsandpreciousstones.blogspot.com/

Continuação de bom trabalho com o mesmo espírito crítico.