Para além disso, toda a gente sabe que a "medicina socialista" come criancinhas ao pequeno-almoço
"Eu tinha cancro da próstata há cinco, seis anos atrás. As minhas hipóteses de sobreviver - e, graças a Deus, fiquei curado - nos Estados Unidos? Oitenta e dois por cento. As minhas hipóteses de sobreviver a um cancro na próstata na Inglaterra? Apenas 44 por cento, com a sua medicina socialista".
Já há vários dias que se sabia que os números usados por Rudy Giuliani, o mais que provável candidato republicano às presidenciais norte-americanas, eram falsos. Ontem, numa raríssima intromissão na campanha eleitoral de outro país, o ministro da Saúde britânico veio desmentir publicamente o candidato presidencial republicano e esclarecer que, em Inglaterra, a taxa de recuperação se situa nos 74.4% - e a subir. Pouco importa. Giuliani, numa exemplar demonstração de que Bush fez escola na política americana, já garantiu que vai continuar a transmitir o anúncio na mesma.
Mas o mais importante no anúncio não é tanto o que diz Giuliani mas o que fica por dizer. Esconde que a "medicina socialista" custa aos contribuintes menos de metade do que os americanos gastam em despesas de saúde. O único país industrializado sem um serviço universal de saúde, é o país que gasta mais em despesas médicas: 15% do PIB. O resultado? 46 milhões de cidadãos, sem seguro, não tem acesso a nenhum cuidado de saúde. A pergunta que exigia resposta era essa. Qual é a probabilidade que esses milhões de pessoas têm de sobreviver a um cancro da próstata? Zero por cento. É esse o número que interessa, por muito que os nossos liberais de serviço pretendam elogiar as virtudes de um sistema exclusivamente privado que gasta fortunas para apresentar indicadores medíocres.
4 comments:
Sobre um canalha que utiliza os atentados do 9.11 para angariar fundos para a sua campanha pessoal, não fica muito por dizer...
Na práctica é pouco mais do que isso, um canalha!
acho meio suspeita essa imagem do giuliani assim a arregaçar o dente junto a uma criancinha...
Para alguns a vida tem um preço... o do seguro. Não contentes ainda querem meter preços nas vidas dos outros.
A esses que querem trazer o modelo estado-unidense para cá desejo-lhes que fiquem pobres e gravemente doentes, se não é a racionalidade que os guia, então que sejam guiados pelo medo.
A posição dos USA ainda é pior nos índices de mortalidade infantil
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_infant_mortality_rate
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