04 dezembro, 2007

Variações sobre o NÃO venezuelano

Está difícil a vida para muitos que nos jornais e nos blogues têm criticado Chavez de todas as formas e feitios. É que mesmo quando Chavez sofre uma derrota política, os anti-chavistas não podem comemorar alegremente o facto para não terem que assumir, perante o comportamento democrático de Chavez no pós-referendo e perante a própria realidade da sua derrota, quão exageradas eram as suas denúncias acerca da eminência de uma ditadura. Entretanto, não significa isto que o NÃO possa ser lido univocamente e deva ser efusivamente celebrado à esquerda. Se é verdade que ele em parte representa a recusa das tendências de concentração democrática do poder em Chavez, verdade é que ele também poderá representar a derrota de algumas propostas cuja não efectivação terá que ser necessariamente lida à esquerda como uma derrota... É excelente encontrarmos nestes resultados um sinal de que o "poder popular" não se deixa controlar sequer por um líder "bom". É péssimo encontrarmos nestes resultados um sinal de que houve uma recusa à modificação da antiga concepção de propriedade. O sentido deste Não só se decidirá, é claro, no futuro. Pergunto no entanto, e dando seguimento ao que propuseram sectores políticos venezuelanos situados à esquerda de Chavez, se um outro tipo de processo constitucional - mais participado e como tal capaz de debater separadamente a questão da concentração do poder político e a questão das reformas sociais e económicas - não teria sido um caminho melhor...

9 comments:

joshua disse...

Errado. Não está difícil. Está fácil. Chávez, essa baleia da verdade esse verdadeiro Pai-Natal da democracia, inflacciona de tédio e monotonia a Venezuela e o Mundo. Só mesmo um Zé Neves para ver outra coisa que uma tirania soft.

Anónimo disse...

Só gostava de ver os nossos líderes europeus, que gostam tanto de críticar o Chavez, a terem a mesma coragem no caso do tratado europeu...Há sempre dois pesos e duas medidas, aqui na Europa foi chumbada a constituição por referendo, e agora prepara-se para ser aprovada na maioria dos países pelo parlamento!!! Afinal onde está a democracia na Europa? Afinal quem é que sabe aceitar a derrota? Vivemos numa profunda hipocrisia!!

joshua disse...

Há hipocrisias pluripartidárias e hipocrisias monolideradas, monopartidárias. Do que quero distancia mesmo é de Hipócritas e Desinformados.

Anónimo disse...

"Se é verdade que ele em parte representa a recusa das tendências de concentração democrática do poder em Chavez..." ?????? Mas o zé é parvo ou quer fazer dos outros parvos????

"É péssimo encontrarmos nestes resultados um sinal de que houve uma recusa à modificação da antiga concepção de propriedade." porquê????

Mas que palhaçada é esta????

Zé Neves disse...

anónimo,

o que eu quero dizer é que numa eleição referendária em que se decide sobre todo um conjunto variado de questões, não só existem vários SIM como também existem vários NÃO.

Ant.º das Neves Castanho disse...

A vida está mais difícil para os delirantes difamadores do Chávez...

João Rodrigues disse...

Estou à espera que me expliques como consegues separar a questão do poder político (do estado) da questão das «reformas económicas e sociais», da sua adopção e manutenção e reforço. De resto concordo. Uma derrota é uma derrota. Aprenda-se ao menos com ela.

Boris Shroeder disse...

Foi muito positivo acabar com a grande corrupção, vulgar direita extremista, ditadura de século XX, como tantas outras...
Mas depois de matar os cancros há que terminar a quimioterapia!
Nunca pode um golpe de estado que põe fim a um regime autoritário de extrema direita, dar lugar a uma esquerda com ambições extremistas e autoritárias...
DEPOIS DE UM 25 DE ABRIL,
HÁ SEMPRE UM 25 DE NOVEMBRO!

www.foiumar.blogspot.com

Movimiento Argenlibre disse...

Joshua un abrazo desde Argentina, gracias por tu apoyo y contribucion.

Saludos a nuestros Hermanos Republicanos de la Republica Federativa de Brasil