29 janeiro, 2008

Uma pergunta inconveniente

Toda a gente fala nas corajosas reformas de Correia de Campos. Sinceramente, sem ser o encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente, alguém me consegue dizer de que reformas estamos a falar?

17 comments:

Anónimo disse...

Não podemos esquecer o encerramento de serviços de urgência e maternidades. Não limitemos o trabalho do senhor aos centros de saúde!

Anónimo disse...

E os contratos de trabalho precários, do pessoal a prestar serviço no SNS, não?

Anónimo disse...

Se calhar estamos a falar das reformas deles.

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Corajosas reformas, corajosas reformas... deixa ver, diz que sim, que houve algumas corajosas reformas...

Deixa ver: que diabo, hei-de lembrar-me de alguma! Se toda gente o diz...

Vamos lá ver, corajosas reformas... Só se for... Não, essa não, que disparate! Ou talvez...

Vá lá, ajudem-me, há-de haver alguma corajosa reforma que o homem tenha feito. Perguntem aos jornalistas: aos do Público, por exemplo. Parece que esses é que sabem quais foram essas corajosas reformas. Até as apoiaram e tudo - o José Manuel Fernandes até escreveu umas coisas, não escreveu?

Eu é que não me lembro. Ai, esta minha memória... Mas lá que foram corajosas, lá isso devem ter sido, não há dúvida nenhuma.

Anónimo disse...

eu gosto muito do teu rigor pá, cada cavadela cada minhoca. sabes-me dizer o nome de um, apenas um, centro de saúde que correia de campos tenha encerrado ?
pode-se criticar o homem e a política, mas ao menos que se critique com verdade

Anónimo disse...

Real, desculpa

Pedro Sales disse...

Real,

tens razão, são as urgências nos SAP´S, centros de saúde e em alguns hospitais. vou alterar.

Mas, já que pedes nomes, posso-te dar todos os das 23 que a Comissão Técnica das Urgências, nomeada por Correia de Campos, recomendou que fossem abertos e continuam à espera de um melhor momento:

Monção; POnte de Lima; Montalegre; Mogadouro; Arouca; Cinfães; Arganil; Moimenta da Beira; São Pedro do Sul, Vila Nova de Foz Côa; Sertã; Idanha-a-Nova; Coruche; Alcácer do Sal; Estremoz; MOntemor-o-Novo; Ponte de Sõr; Castro Verde; Moura, Serpa; Albufeira; Loulé; V.R. Santo António

Foi aberta 1, em Odemira. É um bom balanço

Anónimo disse...

Fica-te bem, mas nem assim foste rigoroso. É que não encerraram SAP, esses continuam a funcionar normalmente. O que encerrou foram SAPs da meia-noite às oito da manhã onde, em mais de 90% dos casos, a média anual de atendimento era de menos de um utente por noite, sendo certo ainda que os dois médicos e os dois enfermeiros de serviço nessas noites no dia seguinte deixavam de atender 40 ou mais utentes do seu próprio ficheiro. Naturalmente, desde que tenha muito ruido, preferes o desperdício.

Real

Pedro Sales disse...

Real,

Dizes que não fechou nenhum Sap, só a urgência à noite. Olha que não, olha que não.

Assim de repente, e há mais, aqui ficam dois: Vouzela e São Pedro do Sul

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1317788

Pedro Sales disse...

Real,

Mas há mais, há mais: Mealhada, Vagos ,Oliveira do Bairro, Murça, VIla Pouca de Aguiar e Alijó.

Mistificação é dizer que só estão a ser encerradas urgências nos SAPs à noite. É bonito mas não convence.

Anónimo disse...

Pedro, não estás num comício do BE na Arrentela, poupa-me à repetição de inverdades, como se o objectivo fosse, aqui, ganhar pontos. Se venho aqui discutir contigo é pq me interessa pouco a retórica dos sound bites partidários (esses eu conheço bem) mas aprecio a lisura da discussão. usas a palavra urgência com leviandade, falas de encerramentos de sap que não existiram e outras coisas mais. se não tens argumentos com arcaboiço para discutir com os meus é uma coisa, larachas é outra. ainda se se tratassem de resposta com humor ainda vá que não vá. mas há certos gajos que depois do engajamento partidário até a piada perdem. pena.

real

Anónimo disse...

Assim de repente, e para além das já citadas reorganizações da rede de maternidades e serviços de urgência, lembro-me de mais alguma coisa:
- controlo de assiduidade dos médicos?
- alterações na propriedade das farmácias?
- unidades de saúde familiares?
- passagem dos "hospitais a EPE" (será esta aterminologia correcta)?
- eliminação de sub-regiões de saúde (níveis intermédios de burocracia)?
- controlo orçamental das despesas com medicamentos?

Algumas destas medidas podem ser discutíveis (em política todas as opções o são). Mas que o ministro estava a "mexer" sector isso estava. Claro que podemos sempre clamar por um plano exaustivo, compreensivo, articulado, discutido e explicado até à exaustão, mas isso levado ao extremo parece-me mais uma forma de não fazer nada. Também não percebo os que criticam o ministro por não explicar o que pretendia fazer. Nunca vi tanta entrevista, tanto "prós e contra", tanta discussão sobre o SNS como agora (mais um mérito do ministro?).
Aliás, parece-me que aqueles que criticaram o consulado "dialogante" (e inoperante) de Guterres são agora os mesmos que criticam a acção.

Pedro Sales disse...

Real,

Não são inverdades e até deixei o link das notícias. Quanto ao resto, começam a ser um bocado abusivas as tuas sistemáticas referências ao BE sendo conhecidas as tuas ligações ao PS.

António Carlos,

1. As alterações na propriedade das farmácias não são bem uma reforma e, bem vistas as coisas, nem conseguiram atingir o seu propósito, pois os preços dos medicamentos não baixaram, antes são mais caros nas para-farmácias.

2. O controlo de assiduidade dos médicos, que se saúda, de nada serve se não se tocar no ponto central. Valorizar a exclusividade, tornando-a a norma e não a excepcão.

3. Passagem dos hospitais a EPE, não se percebe bem o que conseguiu. Pelo menos a nível orçamental, que era o propósito, parece estar tudo muito parecido.

4. A política de medicamento é bastante ambígua. Diminuiram brutalmente o número de medicamentos comparticipados, mas evolui-se como nunca na difusão dos genéricos. Não se avançou na unidose, como devia, nem nas farmácias hospitalares públicas.

5. O governo prometeu mais de 200 unidades de saúde familiar até 2007, estamos com pouco mais de 100. Em todo o caso é das poucas medidas reformadoras, reconheço.

Bem vistas as coisas, e é esse o sentido do meu post, em Portugal fala-se de reformas com um ligeireza desarmante. altera-se uma lei, é uma reforma. Alteram-se duas, é uma revolução que nos vai pôr ao lado dos melhores dos melhores. Cuidado. Alterar o regime jurídico da farmácia, que era necessário, não faz disso uma reforma. É justo, mas não traz ganhos de eficiência para o Estado nem melhorias para os cidadãos.

aviador disse...

Não sejas cínico.

Sim, porque não me parece que sejas anjinho. Mais a mais discipulo ou condiscipulo do Daniel.

Os elogios vêem todos da direita...baixissima!

aviador disse...

Não sejas cínico.

Sim, porque não me parece que sejas anjinho. Mais a mais discipulo ou condiscipulo do Daniel.

Os elogios vêem todos da direita...baixissima!

Anónimo disse...

o Real não tem ligações a partido nenhum, é uma personagem, gosta de discutir com gente inteligente (como é o teu caso) e com argumentos minimamente aceitáveis para uma caixa de comentários. O Pedro tem ligações ao BE, essas sim, conhecidas. Tem que haver alguma vantagem na discussão entre um personagem e um protagonista conhecido. Gosto destas regras :)

Anónimo disse...

Caro Pedro Sales,
da sua análise ao meu comentário só tenho a dizer que afinal há muito mais a discutir sobre a acção do antigo ministro do que o que transparecia do seu post inicial. Quando ao facto de as acções do ministro, todas somadas serem ou não uma "reforma" só me ocorre dizer o seguinte: faziam já parte do programa do governo por isso não me parece que possam ser apelidadas de "repentinas" ou "reactivas". A restruturação da rede de urgências, mal ou bem implementada, resultou de um estudo técnico que até agora não vi ninguém contestar. Para mim o essencial é que não podemos estar continuamente a clamar por "grandes planos", "reformas profundas e abrangentes", que depois nunca se realizam porque "os estudos não estão completos", "não estão reunidas todas as condições", "não está esgotado o diálogo com todos os interessados/intervenientes no sistema/corporações", "não foram ainda explicadas à 'rua'", ...
Pelo menos acho que, para bem de actuações futuras de outros ministros, devemos louvar a acção que resulta de uma reflexão aceitável.