03 julho, 2007

Coragem, depois deste exemplo, só precisam de encontrar mais 43 milhões

O novo documentário de Michael Moore continua a dar trabalho a alguns blogues nacionais, que se desdobram em pesquisas na net para provarem que o sistema de saúde canadiano é um pesadelo baseado no falhanço burocrático da antiga União Soviética ou RDA. O Trabant é o seu modelo, podemos ver neste vídeo que mereceu direito de antena no Insurgente e no Arte da Fuga, e que dedica quase oito minutos para dissecar o exemplo de uma cidadã canadiana que não foi operada a tempo.

Um exemplo, mesmo que grave, não nos dá uma visão do sistema. Nos EUA, o único país da OCDE que não garante o acesso universal aos cuidados de saúde à sua população, praticamente um em cada seis cidadãos (43,6 milhões) não tem acesso a qualquer tratamento ou cuidado médico. Nem tarde nem cedo. Sempre me parece que são mais de 4o milhões de pessoa a invejar um Trabant, mesmo velhinho e com ferrugem.

Ao contrário do que nos querem fazer crer os liberais, um sistema público que garanta o acesso universal aos cuidados de saúde não limita a liberdade dos utentes. Num e noutro modelo, quem tem posses e vontade de recorrer à medicina privada pode fazê-lo. A diferença é que, nos EUA, quem não tem dinheiro para ter um seguro de saúde fica sem médico e à espera que a doença passe. Os resultados estão à vista nos principais indicadores de saúde. Os cidadãos do país que mais dinheiro gasta com a saúde, os EUA, vivem menos 2 ou 3 anos que os dos outros países industrializados e apresentam uma mortalidade infantil 50% superior.

1 comments:

L. Rodrigues disse...

Uma autoridade hospitalar americana estima que todos os anos cerca de 18000 americanos morrem por não terem seguro de saúde. 6 x 3000, para quem gosta de fazer contas.