24 julho, 2007

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Venda livre aumentou preços dos medicamentos, sobretudo nas farmácias. Estudo da Deco.

Esta notícia só apanhou de surpresa quem gosta de ser enganado. Andaram anos a vender-nos a ideia de que a liberalização dos mercados só trazia benefícios para os consumidores. Ia ser tudo mais barato. Em teoria até está correcto. O problema é que o nosso país é pouco dado a essas modernices. Acabámos com o monopólio do Estado em vários sectores para abrimos caminho a oligopólios privados - o que está longe de apresentar melhores resultados para os consumidores e conduzir a um mercado mais aberto. Na maioria dos casos, quando há concorrência, os preços são fixados entre 3 ou 4 operadores.

Já tinha sido assim com os combustíveis, onde, segundo a Autoridade da Concorrência, o preço da gasolina sobe mais em Portugal do que no resto da Europa. O mesmo se passa na electricidade, onde "a partir de 2007, e como consequência directa da liberalização, vai acabar o mecanismo que limitava a subida das tarifas para os domésticos à inflação prevista para cada ano, logo, o aumento dos custos de produção da energia, que se verifica desde 2004, vai ter de ser repercutido nos consumidores". Aumento dos custos de produção que, repare-se, não têm impedido a EDP de anunciar sucessivos recordes nos seus lucros, mas foram suficientes para impingir uma legislação que leva os consumidores domésticos a pagar os sobrecustos de produção das energias renováveis que tanto gostam de vender com sendo o futuro da empresa.

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