25 julho, 2007

E não esquecer, também, fazer a comida e a lida da casa

"O aborto não será, com certeza, a primeira decisão de uma mulher porque é contra-natura. A função das mulheres é, precisamente, a da procriação". Rafaela Fernandes, deputada do PSD Madeira, defendendo a não aplicação da lei do aborto na Madeira. Vale a pena ler a notícia para ver as restantes declarações desta deputada. O disparate, está visto, parece ser um factor decisivo para a progressão interna dentro do PSD-M de Alberto João Jardim.

Vinte e cinco anos depois, ainda faz sentido recordar a resposta de Natália Correia ao deputado do CDS, João Morgado, que, no primeiro debate sobre o aborto na Assembleia da República, disse que "o acto sexual é para fazer filhos".


Já que o coito 
- diz Morgado -

tem como fim cristalino,

preciso e imaculado

fazer menina ou menino;

e cada vez que o varão
 sexual
petisco manduca,
temos na procriação

prova de que houve truca-truca.


Sendo pai só de um rebento,

lógica é a conclusão

de que o viril instrumento
 só usou
- parca ração! -
uma vez. E se a função 
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,

ficou capado o Morgado.

Natália Correia.

2 comments:

Anónimo disse...

A mulher não deve ter direito ao prazer, ao momento de procriar, a não procriar!


A Mulher veio ao Mundo para ter filhos, "tout court"!!!!


Ouve-se cada "coisa", mas não é só na Madeira que se pensa assim, bem, o pensamento é livre.

Pedro Morgado disse...

Nada de novo nessas declarações. Nós já sabemos como é que alguma dessa gente pensa sobre mulheres, panelas e outras coisas afins.