10 setembro, 2007

Oh, que horror, já há chineses na baixa de Lisboa

Maria José Nogueira Pinto não quer lojas chinesas na Baixa de Lisboa, preferindo concentrá-las no Martim Moniz. Diz que é a única forma de “travar o declínio” da zona nobre da capital: “se continuam naquele território, nunca mais vai ser possível deitar mão ao pequeno comércio”.

Só que, como Nogueira Pinto deveria saber, os problemas do pequeno comércio da baixa pouco ou nada têm a ver com as lojas chinesas, mas com a mudança da geografia comercial da cidade para as grandes superfícies como o Colombo, com a desertificação do centro da cidade e com os horários, completamente desfasados da realidade, do comércio tradicional. Expulsar os chineses não tem nada a ver com a defesa dos pequenos comerciantes, é antes o mais puro reflexo do preconceito social de quem não suporta ver a baixa da cidade contaminada com produtos típicos da “loja dos 300” e que só os pobres é que parecem ter "gosto" em comprar.

O Diário de Notícias, que aplaude a iniciativa, dá eco a esse sentimento:“Quando uma câmara permite abrir tantas "lojas dos 300" e "dos chineses", em vez de lojas de qualidade, especializadas e bonitas, que dão prazer de ver a quem compra como a quem passa por elas - turistas incluídos -, está a contribuir para que a cidade se degrade”. Para que isso não aconteça, remata o centenário jornal, nada melhor do que colocar estas lojas num local específico, como fez Nova Iorque com as “bancas de quinquilharias dos chineses(sic)”. Só que, nem Chinatown são bancas de quinquilharia, nem é um amontoado de "lojas dos 300". Tem de tudo, desde o comércio mais barato até ao especializado e de luxo. (já agora, vale a pena ler qualquer coisa sobre a sua história, para perceber a legislação e o clima de xenofobia a que está associada a sua criação).

Mas nada disto é de espantar. Nogueira Pinto defende o que sempre defendeu. Uma visão do centro da cidade uniformizada e reservada às “lojas âncora”, grandes multinacionais e pequeno comércio de lojas “bonitas”. Chamar cosmopolitismo a esta visão asséptica da baixa tem quase tanta piada como tentar perceber que base legal é que Nogueira Pinto vai invocar para proibir a aquisição de um estabelecimento comercial com base na nacionalidade do seu proprietário. É mais fácil enganar um editorialista distraído do que a constituição, é o que vale.

9 comments:

Anónimo disse...

Amigo Sales, vê se te lembras desta citação:

"isto não é uma fruteira onde se possam meter bananas, maçãs e laranjas e dizer que está tudo bem"

rduarte disse...

Pedro, percebo-o bem e também achei a ideia complicada de executar, no entanto, cá no fundo (minto, não é assim tão no fundo) detesto essas lojas dos 300 que mais parecem cogumelos a crescer desenfreadamente.

Uma soluçã legal? Acredito que seja complicado de executar mas é possível criar quotas de lojas, como aliás existe um todos os centros comerciais. 30 % roupa, 10 % electrodomésticos, 0,5 % lojas dos 300 (chinesas ou portuguesas), etc.

Cumprimentos

Anónimo disse...

E se os chineses se lembrassem de dizer que os negócios com Portugal prejudicam o desenvolvimento da sua economia?
Deploravel, mas aqui acontece tudo e nada se estranha.

Anónimo disse...

O que me intriga nessa afirmação é o modo como Nogueira Pinto se propõe pô-la em prática. Expropriando os proprietários chineses com base na sua nacionalidade? Na qualidade dos produtos vendidos? Pode a CML discriminar com base nestes motivos, tratando-se de alojamentos legitimamente adquiridos? Tenho dúvidas.

José Carlos Matias (馬天龍) disse...

Entretanto já há reacções a esta atitude de Zezinha. Em Pequim, os populares já se mexem:
"Está correr um abaixo assinado na Baixa pequinense contra a proliferação de Zezinhas numa zona nobre da cidade. "É uma vergonha", afirmou um vendedor de jornais. "Já não basta este ar insuportável que respiramos, ainda temos de gramar com a multiplicação de pessoas que se assemelham à Lady Grafstein", adiantou, revelando uma surpreendente cultura geral".

Mini-reportagem no "Sínico": http://sinico.blogspot.com/2007/09/campanha-em-pequim.html

lorenzetti disse...

Sinceramente não vou à baixa. Adorava, mas não vou. É um pouco como África: tenho medo e calor.

A Baixa -- não confundir com o Chiado, bem mais elegante, embora ainda pouco sofisticado [e foi daí que veio a foto] -- resume-se a lojas decadentes, ruas estreitas e sujas, com carros e sem espaço para pessoas -- e também sem espaço para parar os carros.

Estou-me nas tintas para a ideia de tirar as lojas chinesas da Baixa. Se não fosse pelos acordos da OMC e a Constituição Portuguesa, bem como as boas relações diplomáticas com a China, era e é, sobretudo, porque as restantes não são muito piores.

Tem de agir-se na Baixa.

Mas essa acção não se resume -- nem pode incluir -- a retirada de lojas chinesas da Baixa. Sobretudo para as colocar numa duvidosa 'Chinatown', que seria ainda pior, arriscando-nos a ter um ghetto povoado ou pelo menos dominado por máfias asiáticas sinistras e perigosas, se não para quem lá fosse, para quem lá vivesse ou trabalhasse.

O que é preciso na Baixa -- como de resto no resto de Lisboa e no resto do país -- é limpeza e qualidade.

Limpar ruas e paredes, pintá-las, ter espaço para carros e pessoas, ter transportes públicos decentes, ter segurança nas ruas, e ter lojas limpas, com boa apresentação, produtos de qualidade, atendimento profissional.

Fim às lojas sujas, mal-cheirosas, mal amanhadas, com tudo amontoado, empregados antipáticos e ignorantes e que muitas vezes nem falam português e muito raramente inglês, fim aos preçários feitos à mão em papel de rascunho com canetas de feltro, colocados na rua mesmo para se tropeçar ou ser atropelado ao usar a estrada, fim às montras de mau gosto, à falta de ar condicionado, aos produtos de plástico ranhoso ou que não interessam para nada, às lojas sem multibanco ou que não aceitam cheques, ou que têm sempre tudo esgotado, ou que fecham aos fins de semana ou nas férias, ou à tarde, ou ao almoço, fim às lojas que não fazem embrulhos de presente ou os fazem mal, e aos empregados que nos atendem como se fosse uma deferência ou favor da parte deles...

Parece que só se consegue algo de jeito indo à Carolina Herrera, à Zegna ou à Vuitton na Avenida da Liberdade [e mesmo assim...].

É isto que é preciso mudar, e isto abrange tanto lojas chinesas, como portuguesas, como indianas. Todas. Em Lisboa e fora dela. E nem vamos falar de cafés, bares ou restaurantes... para não perder a sede ou o apetite.

Não pode ser.

Se conseguirmos isto, podemos considerar-nos civilizados. Para já, vou aos saldos de Londres. É que nem sai mais caro...

Anónimo disse...

A comunidade chinesa não está contra a criação de uma chinatown em Lisboa ou mesmo num concelho limítrofe. Apesar da polémica criada em torno das declarações da ex-vereadora da Câmara de Lisboa Maria José Nogueira Pinto, são os chineses a afirmar que a questão da discriminação não se coloca. Quem não concorda é António Costa, o líder do executivo municipal (PS), que ontem classificou a ideia de "estranha".

Choi Man Hin, presidente da Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses, disse ontem ao DN que está a recolher opiniões junto de comerciantes e empresários chineses para conhecer a sua posição face à criação de uma chinatown, mas avança já que "é uma ideia boa. Muitas cidades modernas em Inglaterra, Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, têm zonas assim". O responsável sublinha ainda que uma área destas "seria boa não só para os negócios, mas também para o turismo". Choi Man Hin refere ainda que "os negócios podem desenvolver-se mais pelo facto de estarem todos juntos na mesma zona, tal como os antiquários em Lisboa estão concentrados".

Quanto à localização, o gestor prefere não fazer qualquer sugestão: "Tudo depende do planeamento que possa ser feito pelo Governo e pela Câmara Municipal de Lisboa, porque uma zona que seja pobre, actualmente, pode vir a ser uma zona rica", afirmou, referindo-se ao exemplo da cidade chinesa de Xangai.

Choi Man Hin revelou ainda que já trocou "impressões com alguns empresários chineses importantes e estes são também de opinião favorável à criação da chinatown.

Sobre a discriminação, de que Maria José Nogueira Pinto foi acusada pelo Bloco de Esquerda (BE) e pelo SOS Racismo, Choi Man Hin diz que "a questão não se coloca. Não estamos de acordo. Se o Governo e a câmara puderem definir uma zona para os comerciantes chineses estarem juntos, então isso é bom", defendeu.

Só que ontem mesmo o presidente da autarquia, António Costa, considerou que a criação de uma chinatown é "absolutamente estranha" no projecto de reabilitação da Baixa- -Chiado. O autarca adiantou que a proposta "não está na agenda da autarquia, nem na agenda de ponderação" e disse também que a primeira vez que ouviu falar da possibilidade foi "não por Maria José Nogueira Pinto mas pela Associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chineses", na campanha eleitoral.

Sobre a polémica, o autarca socialista diz que não se devem "misturar as ideias pessoais de Maria José Nogueira Pinto com um projecto relativamente ao qual ela esteve ligada e que pode vir a estar ligada no futuro".

Depois de dar a sua sugestão, Maria José Nogueira Pinto foi acusada pelo BE e pelo movimento SOS Racismo de estar a querer criar um gueto em Lisboa e de querer fazer uma limpeza étnica na cidade. A ex-vereadora reagiu ao DN dizendo que é livre de manifestar as suas opiniões. Nogueira Pinto defende a retirada das lojas chinesas da Baixa e sugeriu o Martim Moniz como hipótese para a criação de uma chinatown

Anónimo disse...

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