Não. Está a guardar-se para o debate de como respeitar os compromissos e acordos que se assinam... mesmo quando são errados (nesses casos, não se assinam!).
De acordo. Também acho que a Luísa Mesquita não sai nada bem desta história. Até porque, até agora, ninguém percebeu o que tanto a mantém no Parlamento. Se é um cargo político e não tem a confiança política, nem apresenta nenhuma razão substantiva que a mantenha na Assembleia (um projecto, uma proposta, sei lá qualquer coisa que marque a diferença), não se percebe bem o que é que a move.
Pensava que estes gajos do BE não fossem tão tapados, que não fosse preciso levar-lhes o comer à boca, mas são mesmo como se prova, tapadinhos de todo. Há que tempos que eu previa que ela até pagava para lhe porem os patins e tudo fez para os calçar. Mas afinal, mais de um ano de provocações, foram bem pagos.
Realmente há pessoas do BE, e não são poucas, cuja credibilidade politica é abaixo de...
Mas o que é que a Luísa Mesquita tem a ver com a questão das "liberdades e direitos civis", a não ser o facto de à volta dela se ter registado um caso em que o PC, através da suas estruturas exerceu o direito democrático de expulsar uma sua militante, que quebrou os compromissos que tinha assumido com esse mesmo partido e dessa senhora, ter exercido o direito ainda que vergonhosamente, de continuar a ser deputada.
Quanto à questão das "liberdades e direitos civis", seria mais interessante que determinados elementos do BE tivessem uma atitude mais séria em relação a esse caso.
Pedro, realmente começa a ser algo exagerado. Não me parece que tenha uma coisa a ver com a outra, muito mais que, ao que parece, esta senhora não é burra nenhuma e facilmente vai saltar para o mesmo tacho para onde saltaram Vital Moreira, J. Luís Judas, José Magalhães, Barros Moura, Pina Moura e outros tantos. É uma fatalidade. Quando os ideais morrem sobram os interesses e o comunismo militante... foi um ar que lhe deu. Assim se percebe porque o pensamento e a atitude de direita varre todos os partidos desde o PS ao PP. E assim se percebe porque a esquerda e o socialismo são impossibilidades crónicas. Cada elemento de esquerda é um intelectual cheio de ideias e fantasias que anulam as do elemento de esquerda mesmo ao seu lado. A esquerda está desde sempre paralisada por trocas infindáveis de teorias, cada uma mais moralmente superior do que a próxima. Os “ismos” da esquerda tornam a sua existência actual numa anedota do liberalismo que cresce anulando todas estas discussões estéreis e estas rivalidades sem sentido. É preciso que se entenda que nenhuma força vai crescer à esquerda às custas do definhamento do PCP. Das suas fileiras, no que aos “desalinhados” diz respeito apenas uma minoria se mantém à esquerda. A grande avalanche é para engrossar o caudal liberal. Deu-lhes para aquilo. De um momento para o outro descobrem a salvação e acordam para a vida e o PCP deixa de fazer sentido. Não quero com estas palavras defender o PCP neste ou em outros processos. Não concordo nem nunca concordei com a profissionalização de um partido. E o PCP é um partido de funcionários e não de militantes. Não concordo nem nunca concordei com o facto de que é positiva a decisão sobre os cargos ou as pessoas, bem como eleições por método de “braço no ar”. No entanto, é preciso que se diga, esta mesma senhora da foto, quase garantidamente sempre votou nos congressos em concordância com quem sempre defendeu esta forma de organização. E sempre concordou, tendo disso um profundo conhecimento, com as regras do partido para com os seus eleitos. Mais uma vez tenho de recordar que esta senhora é uma deputada eleita por um partido e que deveria ter vergonha na cara e abandonar o parlamento. Ao não o fazer mostra a sua verdadeira face e perde toda a razão que possa ter. E isso não tira moral ao PCP para debater as “liberdades e direitos civis”, antes pelo contrário. Há que devolver aos eleitores a posse do seu mandato e este foi por eles dado ao PCP. Pedro, este tipo de posts esperava eu ver por toda a blogosfera da direita. Aqui, muito sinceramente, e digo isto porque admiro o que aqui escrevem todos os intervenientes, acho despropositado. Mesmo sabendo aqui entre nós que o PCP é possuidor de muitas incongruências entre discurso e prática a verdade é que a esquerda em Portugal tem de passar incontornavelmente pelo PCP. PCP e BE estão condenados não a coexistir pacificamente mas a traçar um rumo comum sob pena de, não o fazendo, continuar a anedota que tanto agrada ao pensamento a acção dominantes bem como à sua classe…
Como deves ter reparado, pelo que já escrevi na caixa de comentários, não aprecio propriamente a senhora. Mas o PCP também não fica bem na figura. Porque revela uma visão instrumental do lugar de deputado e da função parlamentar. É claro que o papel do deputado só tem valor se integrado num projecto político. E esse é o problema de Luísa Mesquita- não se percebe, ou dá azo a más leituras- o que fica a fazer se não há projecto comum. Mas também não nos podemos esquecer que existe uma responsabilização individual.
O post era mais uma piada que outra coisa, mas os comentários que fazes sobre a profissionalização da política, e o seu papel num partido, são interessantes e merecedores de um comentário mais sério. Fica para uma próxima ocasião. Espero que breve.
Eu tenho uma ideia. É que se ela continuasse no partido, não tinha reforma depois de sair, já que continuaria a ser funcionária do partido,e ganharia o seu salário de funcionária (no PCP ninguém ganha nem mais nem menos por ser presidente da república ou simples funcionário. ninguém, por isso, está na política por dinheiro). Só que... se ela sair do partido, pode reformar-se depois do fim da legislatura, com uma subvençãozita estatal de 800 contos por mês. Só para ela...
A única diferença é que o funcionário que contola as concelhias, anda de opel corsa, o que controla a distrital tem um carrinho melhor laguna, o António Filipe tem direito a motorista que não usa, é claro.
Qual será o vencimento do funcionário - salário mínimo?
E o que é que o Faria tem a ver com o que ganham os funcionários do PCP? A informação é pública, vem nas contas apresentadas que todos os partidos são obrigados a apresentar, e tendo ele até já sido militante do PCP, conhece mínimamente as coisas. Ou será que o que o Faria tem é preconceitos contra quem ganha o salário mínimo?
Quanto ao Pedro Sales o seu comentário "O post era mais uma piada que outra coisa" revela uma visão anedótica que tem duma interpelação parlamentar sobre "liberdades e direito civis". Para gáudio do PS em geral e do Sócrates em particular.
Se falasse a sério tinha feito um post sobre os direitos e liberdades civis na Coreia do Norte e China, dois regimes com os quais o PCP tem relações priviligiadas, convidando para os seus Congresso e para a Festa do Avante.
Fraquita concepção de democracia tem o Faria que entretanto parece que se desinteressou dos salários alheios e que deve ser a única pessoa que não ouviu a explicação sobre a saída da deputada. Sugiro-lhe o google.
"Se falasse a sério tinha feito um post sobre os direitos e liberdades civis na Coreia do Norte e China"
E sobre Portugal não tinha nada a dizer? Bem me parece que há certos elementos do BE que estão dispostos a dar cobertura a todas as malfeitorias que o PS está a levar a cabo contra as liberdades em Portugal.
O Pedro Sales disse "Se falasse a sério tinha feito um post sobre os direitos e liberdades civis na Coreia do Norte e China, dois regimes com os quais o PCP tem relações priviligiadas, convidando para os seus Congresso e para a Festa do Avante."
Claro está que esta é a incongruência mais flagrante entre a teoria e a prática do PCP. É um pouco complicado explicar às pessoas, seja qual for a sua ideologia ou falta dela, que o PCP defende aqui uma democracia plena mas considera como partidos irmãos aqueles que a mutilam a quase todos os níveis em outras partes do mundo. Claro que isto é uma visão demasiado simplista. Há muito por trás que não cabe num curto comentário.
Uma questão importante sobre o PCP e em relação à qual o Pedro nos promete tecer algumas considerações num futuro próximo, é a questão dos funcionários. Não interessa para o caso sabermos, como já foi aqui abordado, quanto ganham os funcionários do PCP. Isso é secundário. O que interessa é que estas pessoas são as responsáveis por manter uma estrutura organizacional em plena actividade. Toda a informação que circula no partido é através dos seus funcionários que podem ou não transmiti-la da forma como lhes chegou. Os funcionários estão dependentes salarialmente do partido e portanto não se podem opôr em circunstância alguma às suas directivas. Se não concordam, calam. E daí nasce o grande problema de uma estrutura como o PCP. Aparentemente tudo é feito às claras, contudo cada voto contra ou cada abstenção é olhada, analisada a autopsiada para que possam perceber se pode representar mais uma situação de dissidência. Todos os partidos têm funcionários mas uma coisa é ter um funcionário administrativo e outra bem diferente é ter funcionários políticos e dependentes pelo seu salário da concordância. Contudo, ficaria de mal com a minha consciência se não dissesse que considero o PCP um partido democrático no sentido em que não me parece que os seus militantes sejam expulsos apenas e só porque discordam. Isso é uma ideia falsa. Uma coisa é discordar e fazê-lo nos locais apropriados, outra é criar divergências públicas que enfraquecem a organização e catapultam para o estrelato quem discorda. É preciso reconhecer que a dissidência do PCP é em si mesma, uma excelente entrada em qualquer CV principalmente para cargos políticos.
O que penso realmente sobre esta deputada em concreto é que ela encontrou uma boa desculpa e uma boa oportunidade para se desvincular deste partido e assim, ao ocntrário do sentido do voto que foi dado pelo eleitorado, manter-se individualmente numa posição que lhe é fortemente favorável. Sem rédeas e com todas as regalias de uma deputada da nação.
Parece-me que está algo desfasado sobre o PCP actual, pelo menos é o que deduzo ao falar de“partidos irmãos “, quando diz que “a informação que circula no partido é através dos seus funcionários” e que “ cada voto contra ou cada abstenção é olhada, analisada a autopsiada”.
Sobre a primeira questão deixo-lhe o parágrafo exacto que foi aprovado no último congresso:
“Embora com graus e aspectos diferenciados, deve ser valorizado na resistência à nova ordem imperialista, o papel dos países que definem como orientação e objectivo a construção de uma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos, R. D. P. da Coreia. Para além de apresentarem profundas diferenças entre si, estes países constituem importantes realidades da vida internacional, cujas experiências é necessário acompanhar, conhecer e avaliar, independentemente das diferenças que existem em relação à nossa concepção programática de sociedade socialista a que aspiramos para Portugal, e de inquietações e discordâncias, por vezes profundas e de princípio, que nos suscitam. “ E pode ler aqui a Resolução aprovada que trata também das outras questões.
Quanto às votações, as mesmas realizaram-se por voto electrónico e eu pessoalmente recolho toda a informação directamente daqui: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
O que me apresenta são textos escritos que refletem o pensamento actual do PCP. E estamos de acordo. Contudo, há que ter em conta que sendo verdadeira a afirmação (pelo menos no meu modesto ponto de vista) de que a realidade destes países é completamente diferente e assim deve também ser a sua análise, também é verdade, que apesar de muito se saber da real natureza do regime norte coreano o PCP não reage com uma postura de análise crítica mas sim de análise passiva numa situação que é vincadamente contrária aos princípios do socialismo. Ou não é? Se não é então mais incongruentes são os textos em relação às práticas.
Estou em pleno acordo com o parágrafo que citou. Ele está correcto. Mas a prática tem de ser crítica sob pena de confundirmos o pensamento do PCP com os princípios que regem a RPD da Coreia. E eu não acredito que os comunistas portugueses se revejam na "experiência" coreana. Ou revêem?
Quanto às votações por voto electrónico, das duas uma, ou existe realmente uma grande diferença de há uns anos para cá ou então não consigo encaixar essa ideia. Voto electrónico para quê? Para eleger delegados aos congressos? Para nos congressos defenir quem irá compôr o próximo comité central? Para eleger esse mesmo comité central ou outros orgãos de direcção? Para nas reuniões do CC serem tomadas decisões e aprovadas ou rejeitadas propostas? Está a querer dizer aqui que todas estas votações são feitas (contra um dogma de sempre do partido) por voto secreto ou por voto electrónico? É que era sobre essas coiss que eu estava a falar. Dentro do partido. Para eleger delegados. Para eleger candidatos. Tudo isso sempre foi feito de braço no ar com as implicações e condicionalismos que isso tem. Já não falo do direito de tendência que outros partidos adoptaram e que penso não ser relevante porque se formos a ver cada pessoa é uma tendência. O que me leva a crer que se trata de uma forma de catalogação muito discutível.
A democracia só pode ser a liberdade do indivíduo dentro da organização de criar opinião e quando sufragada aceitar a vontade maioritária. E aí, certamente concordamos que o PCP é um partido democrático. Mas não me deixou nenhuma ideia que possa contrariar uma verdade indesmentível. O PCP é um partido de funcionários, que sendo fundamentais para a sua vida enquanto organização, são também mutilados pela sua dependência económica e logo tornam-se acríticos em relação à própria organização e doutrina. Por vezes isso faz com que não seja transmitida grande parte da informação que vem das bases para a direcção. Mas acredito que nas bases cada militante diga o que bem entende sem o risco de lhe cair em cima seja o que for. O mesmo não sucede, como sabemos, em algumas dessas experiências socialistas supra-citadas...
Repito para que fique claro que, na minha opinião, não poderá nenhuma esquerda crescer às custas do definhamento do PCP. E gostava de ver a esquerda socialista a convergir num futuro próximo.
Você só pode estar a brincar? Já viu o que por aqui se diz do Governo? Clique nos marcadores "governo", "sócrates", "fachada" ou "censura e privacidade" e vai ver que o que diz não tem razão de ser.
26 comments:
Faço minhas as palavras do Ivan "
A graça! O chiste! Encore un effort!"
Não, não posso crer: será que esta é a... Luísa Mesquita?
Coitadinha...
Tadinha? Tadinho sou eu que não vou ficar nem com a reforma completa nem com o subsídio de re-integração que a madame vai abichar.
Não. Está a guardar-se para o debate de como respeitar os compromissos e acordos que se assinam... mesmo quando são errados (nesses casos, não se assinam!).
Queriam Renovar a Luísa, porquê?
Alguém sabe as razões?
O partido decidiu, a CP do CC.
Não há uma acta?
Samuel,
De acordo. Também acho que a Luísa Mesquita não sai nada bem desta história. Até porque, até agora, ninguém percebeu o que tanto a mantém no Parlamento. Se é um cargo político e não tem a confiança política, nem apresenta nenhuma razão substantiva que a mantenha na Assembleia (um projecto, uma proposta, sei lá qualquer coisa que marque a diferença), não se percebe bem o que é que a move.
Então não se percebe que é a reforma por inteiro e o subsídio de re-integração?
Pensava que estes gajos do BE não fossem tão tapados, que não fosse preciso levar-lhes o comer à boca, mas são mesmo como se prova, tapadinhos de todo. Há que tempos que eu previa que ela até pagava para lhe porem os patins e tudo fez para os calçar. Mas afinal, mais de um ano de provocações, foram bem pagos.
Realmente há pessoas do BE, e não são poucas, cuja credibilidade politica é abaixo de...
Mas o que é que a Luísa Mesquita tem a ver com a questão das "liberdades e direitos civis", a não ser o facto de à volta dela se ter registado um caso em que o PC, através da suas estruturas exerceu o direito democrático de expulsar uma sua militante, que quebrou os compromissos que tinha assumido com esse mesmo partido e dessa senhora, ter exercido o direito ainda que vergonhosamente, de continuar a ser deputada.
Quanto à questão das "liberdades e direitos civis", seria mais interessante que determinados elementos do BE tivessem uma atitude mais séria em relação a esse caso.
Pedro, realmente começa a ser algo exagerado. Não me parece que tenha uma coisa a ver com a outra, muito mais que, ao que parece, esta senhora não é burra nenhuma e facilmente vai saltar para o mesmo tacho para onde saltaram Vital Moreira, J. Luís Judas, José Magalhães, Barros Moura, Pina Moura e outros tantos. É uma fatalidade. Quando os ideais morrem sobram os interesses e o comunismo militante... foi um ar que lhe deu.
Assim se percebe porque o pensamento e a atitude de direita varre todos os partidos desde o PS ao PP. E assim se percebe porque a esquerda e o socialismo são impossibilidades crónicas. Cada elemento de esquerda é um intelectual cheio de ideias e fantasias que anulam as do elemento de esquerda mesmo ao seu lado. A esquerda está desde sempre paralisada por trocas infindáveis de teorias, cada uma mais moralmente superior do que a próxima.
Os “ismos” da esquerda tornam a sua existência actual numa anedota do liberalismo que cresce anulando todas estas discussões estéreis e estas rivalidades sem sentido. É preciso que se entenda que nenhuma força vai crescer à esquerda às custas do definhamento do PCP. Das suas fileiras, no que aos “desalinhados” diz respeito apenas uma minoria se mantém à esquerda. A grande avalanche é para engrossar o caudal liberal. Deu-lhes para aquilo. De um momento para o outro descobrem a salvação e acordam para a vida e o PCP deixa de fazer sentido.
Não quero com estas palavras defender o PCP neste ou em outros processos. Não concordo nem nunca concordei com a profissionalização de um partido. E o PCP é um partido de funcionários e não de militantes. Não concordo nem nunca concordei com o facto de que é positiva a decisão sobre os cargos ou as pessoas, bem como eleições por método de “braço no ar”. No entanto, é preciso que se diga, esta mesma senhora da foto, quase garantidamente sempre votou nos congressos em concordância com quem sempre defendeu esta forma de organização. E sempre concordou, tendo disso um profundo conhecimento, com as regras do partido para com os seus eleitos. Mais uma vez tenho de recordar que esta senhora é uma deputada eleita por um partido e que deveria ter vergonha na cara e abandonar o parlamento. Ao não o fazer mostra a sua verdadeira face e perde toda a razão que possa ter. E isso não tira moral ao PCP para debater as “liberdades e direitos civis”, antes pelo contrário. Há que devolver aos eleitores a posse do seu mandato e este foi por eles dado ao PCP.
Pedro, este tipo de posts esperava eu ver por toda a blogosfera da direita. Aqui, muito sinceramente, e digo isto porque admiro o que aqui escrevem todos os intervenientes, acho despropositado. Mesmo sabendo aqui entre nós que o PCP é possuidor de muitas incongruências entre discurso e prática a verdade é que a esquerda em Portugal tem de passar incontornavelmente pelo PCP. PCP e BE estão condenados não a coexistir pacificamente mas a traçar um rumo comum sob pena de, não o fazendo, continuar a anedota que tanto agrada ao pensamento a acção dominantes bem como à sua classe…
Caro Paulo Mouta,
Como deves ter reparado, pelo que já escrevi na caixa de comentários, não aprecio propriamente a senhora. Mas o PCP também não fica bem na figura. Porque revela uma visão instrumental do lugar de deputado e da função parlamentar. É claro que o papel do deputado só tem valor se integrado num projecto político. E esse é o problema de Luísa Mesquita- não se percebe, ou dá azo a más leituras- o que fica a fazer se não há projecto comum. Mas também não nos podemos esquecer que existe uma responsabilização individual.
O post era mais uma piada que outra coisa, mas os comentários que fazes sobre a profissionalização da política, e o seu papel num partido, são interessantes e merecedores de um comentário mais sério. Fica para uma próxima ocasião. Espero que breve.
Eu tenho uma ideia. É que se ela continuasse no partido, não tinha reforma depois de sair, já que continuaria a ser funcionária do partido,e ganharia o seu salário de funcionária (no PCP ninguém ganha nem mais nem menos por ser presidente da república ou simples funcionário. ninguém, por isso, está na política por dinheiro). Só que... se ela sair do partido, pode reformar-se depois do fim da legislatura, com uma subvençãozita estatal de 800 contos por mês. Só para ela...
João Delgado
A única diferença é que o funcionário que contola as concelhias, anda de opel corsa, o que controla a distrital tem um carrinho melhor laguna, o António Filipe tem direito a motorista que não usa, é claro.
Qual será o vencimento do funcionário - salário mínimo?
É tal e qual como disse o João Delgado.
E o que é que o Faria tem a ver com o que ganham os funcionários do PCP? A informação é pública, vem nas contas apresentadas que todos os partidos são obrigados a apresentar, e tendo ele até já sido militante do PCP, conhece mínimamente as coisas. Ou será que o que o Faria tem é preconceitos contra quem ganha o salário mínimo?
Quanto ao Pedro Sales o seu comentário "O post era mais uma piada que outra coisa" revela uma visão anedótica que tem duma interpelação parlamentar sobre "liberdades e direito civis". Para gáudio do PS em geral e do Sócrates em particular.
Caro Sarmento,
Se falasse a sério tinha feito um post sobre os direitos e liberdades civis na Coreia do Norte e China, dois regimes com os quais o PCP tem relações priviligiadas, convidando para os seus Congresso e para a Festa do Avante.
Afinal não é apenas o Faria que está apanhado por preconceitos, também o está o assessor do BE. A este nem o Ivan o salva.
Ainda ninguém explicou porque é que lMesquita deveria sair de deputada. Essa é que é a questão.
Se o caso fosse no BE as várias tendências e não só há muito tinham pedido explicações por escrito, minutas e actas.
Essa é que é a diferença.
O que é que tenho a ver com isso. Tudo, tenho direito a perguntar tudo, seja do meu partido ou de outro, porquê?
É assim em Democracia.
Fraquita concepção de democracia tem o Faria que entretanto parece que se desinteressou dos salários alheios e que deve ser a única pessoa que não ouviu a explicação sobre a saída da deputada. Sugiro-lhe o google.
"Se falasse a sério tinha feito um post sobre os direitos e liberdades civis na Coreia do Norte e China"
E sobre Portugal não tinha nada a dizer?
Bem me parece que há certos elementos do BE que estão dispostos a dar cobertura a todas as malfeitorias que o PS está a levar a cabo contra as liberdades em Portugal.
O Pedro Sales disse "Se falasse a sério tinha feito um post sobre os direitos e liberdades civis na Coreia do Norte e China, dois regimes com os quais o PCP tem relações priviligiadas, convidando para os seus Congresso e para a Festa do Avante."
Claro está que esta é a incongruência mais flagrante entre a teoria e a prática do PCP. É um pouco complicado explicar às pessoas, seja qual for a sua ideologia ou falta dela, que o PCP defende aqui uma democracia plena mas considera como partidos irmãos aqueles que a mutilam a quase todos os níveis em outras partes do mundo. Claro que isto é uma visão demasiado simplista. Há muito por trás que não cabe num curto comentário.
Uma questão importante sobre o PCP e em relação à qual o Pedro nos promete tecer algumas considerações num futuro próximo, é a questão dos funcionários. Não interessa para o caso sabermos, como já foi aqui abordado, quanto ganham os funcionários do PCP. Isso é secundário. O que interessa é que estas pessoas são as responsáveis por manter uma estrutura organizacional em plena actividade. Toda a informação que circula no partido é através dos seus funcionários que podem ou não transmiti-la da forma como lhes chegou. Os funcionários estão dependentes salarialmente do partido e portanto não se podem opôr em circunstância alguma às suas directivas. Se não concordam, calam. E daí nasce o grande problema de uma estrutura como o PCP. Aparentemente tudo é feito às claras, contudo cada voto contra ou cada abstenção é olhada, analisada a autopsiada para que possam perceber se pode representar mais uma situação de dissidência.
Todos os partidos têm funcionários mas uma coisa é ter um funcionário administrativo e outra bem diferente é ter funcionários políticos e dependentes pelo seu salário da concordância. Contudo, ficaria de mal com a minha consciência se não dissesse que considero o PCP um partido democrático no sentido em que não me parece que os seus militantes sejam expulsos apenas e só porque discordam. Isso é uma ideia falsa. Uma coisa é discordar e fazê-lo nos locais apropriados, outra é criar divergências públicas que enfraquecem a organização e catapultam para o estrelato quem discorda. É preciso reconhecer que a dissidência do PCP é em si mesma, uma excelente entrada em qualquer CV principalmente para cargos políticos.
O que penso realmente sobre esta deputada em concreto é que ela encontrou uma boa desculpa e uma boa oportunidade para se desvincular deste partido e assim, ao ocntrário do sentido do voto que foi dado pelo eleitorado, manter-se individualmente numa posição que lhe é fortemente favorável. Sem rédeas e com todas as regalias de uma deputada da nação.
Parece-me que está algo desfasado sobre o PCP actual, pelo menos é o que deduzo ao falar de“partidos irmãos “, quando diz que “a informação que circula no partido é através dos seus funcionários” e que “ cada voto contra ou cada abstenção é olhada, analisada a autopsiada”.
Sobre a primeira questão deixo-lhe o parágrafo exacto que foi aprovado no último congresso:
“Embora com graus e aspectos diferenciados, deve ser valorizado na resistência à nova ordem imperialista, o papel dos países que definem como orientação e objectivo a construção de uma sociedade socialista - Cuba, China, Vietname, Laos, R. D. P. da Coreia. Para além de apresentarem profundas diferenças entre si, estes países constituem importantes realidades da vida internacional, cujas experiências é necessário acompanhar, conhecer e avaliar, independentemente das diferenças que existem em relação à nossa concepção programática de sociedade socialista a que aspiramos para Portugal, e de inquietações e discordâncias, por vezes profundas e de princípio, que nos suscitam. “ E pode ler aqui a Resolução aprovada que trata também das outras questões.
http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=27589&Itemid=163#1.1
Quanto às votações, as mesmas realizaram-se por voto electrónico e eu pessoalmente recolho toda a informação directamente daqui: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
Caro Sarmento,
O que me apresenta são textos escritos que refletem o pensamento actual do PCP. E estamos de acordo. Contudo, há que ter em conta que sendo verdadeira a afirmação (pelo menos no meu modesto ponto de vista) de que a realidade destes países é completamente diferente e assim deve também ser a sua análise, também é verdade, que apesar de muito se saber da real natureza do regime norte coreano o PCP não reage com uma postura de análise crítica mas sim de análise passiva numa situação que é vincadamente contrária aos princípios do socialismo. Ou não é? Se não é então mais incongruentes são os textos em relação às práticas.
Estou em pleno acordo com o parágrafo que citou. Ele está correcto. Mas a prática tem de ser crítica sob pena de confundirmos o pensamento do PCP com os princípios que regem a RPD da Coreia. E eu não acredito que os comunistas portugueses se revejam na "experiência" coreana. Ou revêem?
Quanto às votações por voto electrónico, das duas uma, ou existe realmente uma grande diferença de há uns anos para cá ou então não consigo encaixar essa ideia. Voto electrónico para quê? Para eleger delegados aos congressos? Para nos congressos defenir quem irá compôr o próximo comité central? Para eleger esse mesmo comité central ou outros orgãos de direcção? Para nas reuniões do CC serem tomadas decisões e aprovadas ou rejeitadas propostas? Está a querer dizer aqui que todas estas votações são feitas (contra um dogma de sempre do partido) por voto secreto ou por voto electrónico? É que era sobre essas coiss que eu estava a falar. Dentro do partido. Para eleger delegados. Para eleger candidatos. Tudo isso sempre foi feito de braço no ar com as implicações e condicionalismos que isso tem. Já não falo do direito de tendência que outros partidos adoptaram e que penso não ser relevante porque se formos a ver cada pessoa é uma tendência. O que me leva a crer que se trata de uma forma de catalogação muito discutível.
A democracia só pode ser a liberdade do indivíduo dentro da organização de criar opinião e quando sufragada aceitar a vontade maioritária. E aí, certamente concordamos que o PCP é um partido democrático. Mas não me deixou nenhuma ideia que possa contrariar uma verdade indesmentível. O PCP é um partido de funcionários, que sendo fundamentais para a sua vida enquanto organização, são também mutilados pela sua dependência económica e logo tornam-se acríticos em relação à própria organização e doutrina. Por vezes isso faz com que não seja transmitida grande parte da informação que vem das bases para a direcção. Mas acredito que nas bases cada militante diga o que bem entende sem o risco de lhe cair em cima seja o que for. O mesmo não sucede, como sabemos, em algumas dessas experiências socialistas supra-citadas...
Repito para que fique claro que, na minha opinião, não poderá nenhuma esquerda crescer às custas do definhamento do PCP. E gostava de ver a esquerda socialista a convergir num futuro próximo.
Almada,
Você só pode estar a brincar? Já viu o que por aqui se diz do Governo? Clique nos marcadores "governo", "sócrates", "fachada" ou "censura e privacidade" e vai ver que o que diz não tem razão de ser.
Continuo à espera das razões da substituição de Luísa Mesquita.
A idade?
Há deputados mais velhos no PCP.
Tá bem, é assunto interno. Está no google!
Que tal aproveitar para um curso de alfabetização? Tire-o porque de facto o seu forte não é a leitura nem a interpretação.
Eu sou analfabeto, assumo.
E a razão era?
Diga, tem medo do quê?
Ninguém nos ouve.
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