21 julho, 2007

Foi bonita a festa, pá

18 ministros e secretários de Estados, um por distrito, distribuíram hoje 360 computadores portáteis a formandos do programa “Novas Oportunidades”. Não sei o que foi mais serôdio e provinciano nesta cerimónia. Se a crença de que, distribuindo um computador a cada um, se resolvem os problemas de infoexclusão e a desigualdade no acesso à informação, se a facilidade com que os assessores de comunicação mobilizam todo o governo para uma pura acção de propaganda.

3 comments:

A Chata disse...

A festa do incentivo à natalidade também não esteve má.
O ridiculo dos números é de bradar aos ceus.
Será que o sr. Socrates tem ideia do preço do pacote de fraldas?

Incentivos para familias com rendimentos inferiores a 198,93 euros/mês para terem mais crianças?
Familias com cerca de 6 Euros/dia para tentar sobreviver passam a receber 130 Euros/mês para criar uma criancinha.

E que vida futura tem para oferecer a estas crianças? Que educação? Que saúde? Que emprego?

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1300036

Isto para já não falar no problema de excesso de população Mundial, que continua a crescer, talvez não em portugueses ou alemães mas, continua a crescer.
Os recursos básicos, água potável e alimentação, é que não estão a acompanhar.

E a festa continua...

Anónimo disse...

Quer dizer, facultar um computador, que é uma ferramenta, por menos de metade do preço, a 500 mil pessoas, ao mesmo tempos que se lhes dá a oportunidade de formação através do programa Novas Oportunidades, independentemente da idade, é provinciano ?

Chama-se a isso política rasteira e de sarjeta, típica da esquerda retrógrada e reaccionária que todos conhecemos. É a politica do quanto pior melhor.

É a ideologia do bota-abaixismo.

Meu caro senhor, o governo forneceu as ferramentas a essas pessoas. Ao mesmo tempo, deu-lhes os meios e a oportunidade de se valorizarem, com essas ferramentas. O resto depende delas, do esforço e da capacidade individual de cada uma.

O vosso problema é de natureza ideológica. São fanatizados, complexados, anti-democráticos, têm uma visão estreita do mundo, e têm um ódio de estimação : os Estados Unidos !

Por isso não me surpreende a foto do Bill Gates a encabeçar a verborreia.

Mas é assim, vocês são uma espécie em vias de extinção. E são-no cada vez mais, à medida que as pessoas forem ganhando autonomia, mercê de programas deste género, e da consciencialização de cada um de nós de que o futuro está nas mãos de cada um não está nas nossas mãos, não está nas maõs de um qualquer Comité Central.

Por isso é que vocês não gostam de iniciativas e de programas como este que o governo lançou. Porque sabem que, a prazo, estas politicas irão fazer de vocês grupelhos mais ou menos folclóricos a que ninguém passa grande importância.

Pedro Sales disse...

Caro Lino José,

Não me referi ao programa "novas oportunidades", como deve ter reparado. É um bom programa, recuperando, aliás, uma das melhores iniciativas dos governos Guterres - o reconhecimentos das aprendizagens informais e a certificação dessas competências.

Outra coisa bem diferente é o discurso neo-positivista sobre os computadores, encarados como a chave para a resolução de todos os atrasos na formação e iliteracia. O computador é uma ferramenta. Sem a formação e um objectivo para a sua utilização é uma ferramenta sem utilidade. Esta história faz lembrar quando Mariano Gago, na última vez que esteve no governo, colocou um computador em cada escola e metade deles ficou a ganhar pó porque os professores não sabiam o que fazer com eles. Muitos anos passaram, e os conhecimentos informáticos estão hoje mais generalizados, mas dá para ter uma ideia.

Bill gates é o empresário mais bem sucedido das empresas ligadas ao mundo da informática. É, também, dos poucos que é reconhecido publicamente. A razão da foto é essa, escusa de andar à procura de fantasmas que só existem na sua cabeça.

Já que tanto fala de folclórico. Acaso leu o que escreveu e as dezenas de adjectivos que espalhou em meia dúzia de parágrafos. Puro folclore, meu caro. E do mau.