19 outubro, 2007

200 000

A CGTP juntou ontem 200 mil pessoas contra o governo e a flexigurança. Foi uma das maiores manifestações em 30 anos de democracia. 200 mil não é apenas um número impressivo, é o sinal de uma alteração qualitativa da organização política do descontentamento social no nosso país. Em primeiro lugar é um sinal, evidente, da vitalidade dos sindicatos. E é um sinal que, por detrás do sorriso de Sócrates com os 3% do défice, há um cada vez maior número de portugueses que não agradece os "parabéns" do primeiro-ministro ao espírito de sacrifício dos portugueses. Quem vê o poder de compra diminuir pelo 9.º ano consecutivo, e ainda vê o ministro das finanças garantir que não existirá "folga" enquanto não se chegar aos 0,4% de défice, não encontra muitas razões para festejar. Não foi apenas uma franja de comunistas e bloquistas quem ontem se manifestou. A desvalorização que o primeiro-ministro fez do protesto é um dos sinais do autismo que parece ter tomado conta do governo a meio do seu primeiro mandato. Continuar a agitar o papão comunista ainda pode custar bem caro ao primeiro-ministro.

PS: Não foi só o governo quem entendeu desvalorizar a manifestação. No mesmo dia em que coloca na capa uma foto do Zidane e outra da Deborah Kerr, o Público não encontrou espaço para uma foto desta gigantesca manifestação, em mais uma prova de que a imprensa está definitivamente tomada pela esquerda.

19 comments:

drcursor disse...

http://tempodascerejas.blogspot.com/2007/10/matria-para-reflexo.html

http://blog.ebserver.org/sociedade/200000-na-rua-contra-a-flexiseguranca

Anónimo disse...

Desses 200 000 mil, quantos sabiam o que estavam lá a fazer?
É que não é só nos festejos das vitórias do PS que há gente que nem sabe ao que vai...

E já agora, um aspecto relativo a uma manifestação anterior, mas que se calhar também é válido para esta: http://www.oinsurgente.org/2007/07/07/uma-manifestacao-sindical-paga-pelas-entidades-patronais/

Anónimo disse...

Concordo com o atrasado mental anònimo,nao eram 200.OOO eram para aì 10,desses 10, um era um sem abrigo bebedo que dormia por ali,outro tinha uma faca apontàda às costas,5 eram jornalistas ,2 eram policias de serviço e o outro era o Jerònimo.

Pedro Sales disse...

Anónimo,

O seu argumento dá para tudo, até para perguntar se os que votaram no PS "sabiam o que [lá] estavam a fazer".

Anónimo disse...

Certamente que o "mais um demente anónimo" conhecia as 200 mil pessoas da manifestação. E certamente que as situações anteriormente abordadas nunca acontecem (isto em manifestações da esquerda).

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"O seu argumento dá para tudo, até para perguntar se os que votaram no PS "sabiam o que [lá] estavam a fazer"."

A diferença é que nas votações o que conta são sobretudo as percentagens, que não são muito alteradas por este facto (pois deve influenciar todos os partidos). Mas nas manifestações e greves, contribui para que não se tenham valores realistas.

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Mais outra observação, quantos desses 200 mil votam sempre que o deviam fazer? Eu manifesto o meu descontentamento nas urnas, outros preferem tirar um dia de férias (se possível com o patrão a pagar), dar um passeio até Lisboa, e ir fazer barulho para a rua...

Anónimo disse...

Dos 200 mil, quantos eram Funcionários Públicos ? E quantos eram carneiros ? E quantos eram burros ?

Mas agora, o governo governa a partir da rua, ou a partir das directivas do Komité Central, ou das ordens dos empregados do PCP na CGTP e na Fenprof ?

Ganhem juizo ! Deixem o homem governar, porque está a governar bem.

Anónimo disse...

O homem está a governar bem. Certamente que sim. Mas qual homem? Governar o quê? Parece-me que ainda há quem não compreenda que a economia e os números que esta produz só servem para alguma coisa se se aplicar às pessoas reais. Este governo é sinónimo de mentira constante, de fraude, de extorsão aos contribuintes, de desemprego, de despesismo e de precaridade. Burros são certamente os que não sabem observar as estatísticas do desemprego. Ou os números dos trabalhadores a recibos verdes há vários anos consecutivos para disfarçar a ausência de contratos de trabalho. Ou os contratados a prazo em permenente rotação na distribuição alimentar e no grande retalho. Ou os salários de miséria que são pagos nestes sectores. Ou os trabalhadores que, com vínculos precários ou mesmo mais estáveis vão ser obrigados a trabalhar todos os dias do mês de Dezembro em lojas como a Rádio Popular quando os horários oficiais são completamente diferentes (quem fiscaliza estes senhores e porque nunca se ouve falar de intervenções da ASAE ou do IDICT nestas empresas?). Ou os trabalhadores qualificados, licenciados em áreas distintas que vão da saúde às engenharias em tralbalhos temporários e estupidamente mal pagos... Ou são burros... ou então serão os verdadeiros carneiros...

Anónimo disse...

A energia potensial começa a ser convertida em energia cinètica.Os linos e anònimos que se aguentem.

Anónimo disse...

Ai! Se fossem 10 mil é porque eram poucos e porque os sindicatos isto e aquilo, se são 200 mil é porque foram contratados. Irra!
É um facto que há muito descontentamento. É um facto que os políticos são lá postos para defender os interesses dos cidadãos (coisa que não fazem) e é claro que deviam dar atenção a estas manifestações (mais não seja, para se manterem no poleirinho).
O país é feito de milhares de umbigos, não vale a pena olhar só para o nosso. Ainda bem que há quem esteja bem na vida. Ficamos felizes por isso, mas há quem esteja mal e quem esteja muito mal!
E claro: estas coisas nunca têm a devida atenção dos media. O cãozinho do Mourinho faz mais furor que uma mega concentração de gente que sofre as passas do Algarve todos os dias para poder ter uma vida minimamente condigna.
Impressionante como de há uns anos para cá se desvaloriza com uma leviandade grotesca o trabalho e esforço alheio!

Anónimo disse...

Eu já ando a ouvir a demagogia dos Floyds deste mundo há 33 anos. E tem sido essa demagogia, aliada a governos fracos, que levaram a uma média de mais de um governo por ano, condenando-nos a uma eterna gestão corrente, que nos conduziu à situação em que estamos.

Há 33 anos que ando a ouvir os porcos do PCP e dos extremistas de esquerda a exigirem a queda de todo e qualquer governo, a criticarem toda e qualquer reforma, quando esses porcos, nos sítios do mundo em que alcançaram o Poder só levaram consigo, tirânia, terror, miséria, fome e medo. Desprezo esses porcos e os carneiros que os apoiam !

Este governo não tem culpa de 33 anos dos delírios, de laxismo, de INCOMPETÊNCIA (!!!!!!) da esquerda, porque é a esquerda que tem dado cabo deste país desde o 25 de abril !

Este governo tem tido a coragem de fazer aquilo que todos os outros tiveram medo de fazer, e só é pena que não tenha ainda mais coragem para ir mais fundo e fazer mais depressa !

Tem todo o meu apoio !

Não é a porcaria do PCP, apoiado na criadagem da CGTP, dos Carvalhos da Silva, das Fenprofs que ditam leis !

Anónimo disse...

Este último comentário deveria ser reproduzido para provar que o actual PS é de direita. Obrigado Lino José.

Anónimo disse...

Ora aí está anova face do PS. Essa sim a face dos porcos e do seu triunfo. A prova de que o PS é hoje o estandarte da direita portuguesa. Mas o nosso caro Lino não desmentiu (porque não o pode fazer) os factos que aqui apresentei. E isso revela que (felizmente para ele) vive bem e não é explorado por nenhuma destas magníficas instituições. Fico contente em saber que, de entre os porcos é um dos que está a triunfar. Folgo em saber que apoia o grande timoneiro desta nação (perdão, pocilga). Concordo consigo quanto às tiranias dos sistemas que usaram o nome do comunismo. Essas tiranias nasceram de homens com as mesmas características de personalidade que o nosso grande líder. Eu sei (não se exalte) que não vivemos numa bárbara ditadura soviética. Apenas num sistema democrático totalitário. Não temos outro caminho para escolher mais vale matarmos os verdadeiros culpados da crise. Nem que seja à fome. Para si seria melhor nem ter havido 25 de Abril. E como o compreendo. A lamber botas dessa maneira daria um dos melhores bufos da pide, ou da CIA ou da STASI ou do KGB ou do raio que os parta a todos. Os trabalhadores da Rádio Popular vão na mesma trabalhar todos os dias do mês de Dezembro sem folgas e a receber o salário mínimo, mas devem ficar contentes porque têm emprego graças aos seus amigos e ao nosso grande mestre engenheito.

Anónimo disse...

Ao Lino José tenho aenas uma correcção a fazer. Convém fazer contas quando se disparam números como verdades. Ora bem, o "senhor" fala em mais de um governo por ano de média após o 25 de Abril. Curioso. Passaram desde então 33 anos e vamos no XVII governo constitucional. Para além da falha política já comprovada também tem problemas com a matemática. Ouvi dizer que o nosso estimado governo tem aí uns planos para ajudar as pessoas com esses problemas.

Anónimo disse...

Meu caro amigo, não sei de memória quantos governos foram porque foram muitos. Foram demasiados. E sempre devido à instabilidade provocada pela gentalha de esquerda, que povoou este pais de parasitas, de lobbies corporativos que fornecem as manifs de carneiros. Andámos 33 anos a ser governados a partir da rua !

Olhem para Espanha, que em 1974 estava no mesmo ponto que nós, e tenham vergonha do rumo politico que este país tomou. Olhem para Espanha que teve durante mais de uma década um desemprego 2 vezes maior do que nós temos agora, e fizeram as reformas necessárias, tiveram governantes à altura, de centro esquerda e de direita, não tiveram a miséria de polticos que nós tivemos uns incompetentes e sem coragem e outros a soldo da esquerda. E a esquerda portuguesa é de longe a mais estúpida, a mais imobilista, a mais demagoga, a mais reaccionária da europa !!!!

Têm de meter na cabeça de uma vez por todas que o futuro de cada um está, em primeiro lugar, nas mãos de cada, no esforço de cada um, no estudo de cada um, e não nos subsídios e nâ estado-dependência.

OLhem para as Dinamarcas, para a as Finlândias, para as Holandas, para as Irlandas, para as Espanhas, e tenham pena de ser Porque o PCP tem um passado sujo e uma ideologia totalitária e fascista !

Cresçam !

E não quero saber se são "politicas de direita" e outros chavões sem significado . São as politicas necessárias que não as suficientes para pôr este pa+is entre os mais desenvolvidos.

E quem não tiver ânimo nem coragem nem vontade de fazer alguma coisa por si próprio que fique para trás a mendigar subsídios !

Anónimo disse...

Muito bem, caro Lino. Aproveitamos a sua deixa muito pertinente e de uma assentada vamos limpar tudo, mas mesmo tudo! Acabam-se os 22 dias de férias pagas a que tem direito no seu trabalho (em países desenvolvidos como os EUA quando muito tem duas semanas). Acaba-se o 13º mês, um esforço intolerável para o patronato. Passa a ter um horário semanal nunca inferior a 48 horas mas sem limite superior não vá o diabo tecê-las! Deixa de ter um salário mínimo que o senhor Lino por certo não recebe, porque é insustentável pagar tanto aos trabalhadores e mesmo assim competir na economia global. Se está tão convicto do que diz então porque não avança e renuncia a tudo aquilo que foram conquistas daquilo a que chama a gentalha de esquerda? Parece-me no mínimo... coerente. A não ser que esteja do outro lado, do tal patronato português, altamente qualificado profissional e moralmente falando. Aí meu caro tenho pena. Se pudesse ter uns papalvos a trabalhar para si por um tijela de arroz seria manifestamente melhor. Mas já que fala na Dinamarca não queira comparar o sistema de protecção social deles com a nossa anedota. E o nível de qualificação deles só é comparável ao nosso nível de corrupção. E não me parece que seja a esquerda maléfica que nos apregoa que passa a vida a roubar o estado com falências fraudulentas e encerramentos com reaberturas no vão de escada mais próximo. As grandes fraudes ao fisco são por parte de gente muito endinheirada e os grandes perdões igualmente. E esse dinheiro não é chorado por ninguém. Não me consta que sejam de nenhuma das esquerdas esses senhores.

Anónimo disse...

Quem está a exagerar, a fazer demagogia, e a pintar tudo de negro, como é característico dos esquerdistas, é você, paula mouta, não sou eu. Essa é uma táctica da esquerda fundamentalista e radical por demais conhecida e vista por cá nos ultimos 33 anos. É a chamada táctica do "quanto pior melhor". Nunca afirmei nada daquilo que você está aí a dizer.

Olhe, de facto os dias de férias são 22, mas há por aí muitos que tiram muitos mais, e que para além disso, em acumulação, só trabalham 7 horas por semana, enquanto os outros, como eu, trabalham 8. Faça as contas e veja quantos dias dá, a somar aos mais de 22 que eles têm de férias. E sabe que mais ? São esses o grosso da manada das manifs de protesto !

Você em vez de falar, faça assim, crie uma empresa contrate empregados e ponha-os atodos a efectivos, e ponha-se do lado de lá, para poder avaliar o que são despesas fixas. Tente-se aguentar 2 anos, e depois venha para aqui contar a experiência ! Aí sou capaz de lhe dar alguma credibilidade.

Os trabalhadores deste país recebem o que a economia produz, de acordo com aquilo que produzem, o que está, óbviamente, ligado à formação que possuem.

Se ninguém neste país, nestes ultimos 33 anos de diarreia ideológica, à mistura com camionetas de incompetência, cuidou de tratar desses aspectos fundamentais, andou a tratar de distruibuir direitos "adquiridos" pelos lobbies corporativos, sem cuidar de saber como e onde ir buscar o dinheiro para eles, e se os outros à nossa volta o fizeram, a culpa é de quem ?

Do 25 de abril, saíu uma maioria sociológica de esquerda, que tem (des)governado este país a seu bel-prazer, criando leis idiotas, muito bonitas no papel, mas de aplicabilidade nula, burocracias mostruosas, aparelhos estatais que se consomem a eles próprios, e verdadeiros lobbies corporativos (vulgo sindicatos de funcionários públicos) que têm semeado o terror entre os (fracos) governantes que temos tido, e impedido toda e qualquer reforma que atentasse contra os seus adquidos tachos.

E assim, chegámos à era da Globalização, onde não há verborreia ideológica que esconda a falta de preparação, com uma mão à frente e outra atrás, numa choradeira infernal, enquanto as Espanhas seguem em frente confiantes, porque tiveram a coragem de fazer o que nós andámos permanente a adiar.

Anónimo disse...

Só mais uma coisa : quem é que neste país mais sabe do que é uma economia moderna, competitiva, com empresas que dão 2 meses de férias, pagam 15 meses por ano, têm 30 horas de trabalho semanal, dão todas as regalias e mais algumas aos trabalhadores, competem com as outras a nível mundial, pagam todos os impostos na hora, pagam aos fornecedores na hora, e têm lucros ?

Óbviamente que são os Jerónimos de Sousa, os Carvalhos da Silva e os Franciscos Louçãs !

Mas pergunto-lhe : quantos postos de trabalho criaram esses fala-baratos ? Quantos cêntimos de riqueza (não ouso sequer falar de euros) produziram eles ? Quantas empresas criaram ?

O que eles andam todos é a viver à conta do Orçamento de Estado !

Pedro Sales disse...

Lino José,

Genial, os seus comentários são geniais. A sério. Você inventou uma personagem. Da mesma forma que o Stepen Colbert inventou, no seu programa, uma "persona" de direita para criticar a administração Bush, você tem a coragem de povoar as caixas de comentários com certeiras críticas à pior demagogia liberal que vemos em alguns blogues e imprensa.

É um bocado exagerado, claro, mas o espírito mordaz está lá todo. Um grande bem haja, Lino José. Volte sempre. Você é "um dos nossos". E dos melhores, porque bem disfarçado.

Anónimo disse...

Meu caro Lino José, a social democracia patente nos país nórdicos, como por exemplo Suécia, é bastante diferente da do nosso PSD ou sequer PS. Não será também nada do que é defendido pelo PCP ou BE, mas é bem mais de esquerda que qualquer outro país que por aí anda.


Interessante é a fotografia que faz das empresas Portuguesas, trabalhasse ou conhecesse mais de perto a Seg. Social e saberia que uma percentagem grande desses "empresários" (demasiado grande) são uma cambada de oportunistas e que não se podiam preocupar menos com os trabalhadores, para além de ser vígaros e caloteiros que fazem tudo que lhes for possível para enganar as Finanças e a Seg. Social, contribuindo para a mediocridade deste país e a falta de produtividade dos seus trabalhadores, que face a tanta cretinice pois claro que apenas trabalham o mínimo, que de encher os bolsos a pançudos autistas já anda o povo farto.

Não deixo no entanto também de chamar a atenção para muitos trabalhadores, que dando-se-lhes a mão, atiram-se ao braço logo. É engraçado um episódio de há umas décadas numa fábrica portuguesa com gestão alemã, onde após os sindicalistas conseguirem facilmente negociar com os patrões alemães (porque também há bons patrões) uma pausa adicional de meia hora de exercícios para evitar lesões derivadas da repetição exaustiva dos gestos relacionados com a produção, as empregadas começaram a ir fazer tricot nessa pausa em vez dos exercícios... após terem sido avisadas pelos sindicalistas e nada fazerem, claro que a gestão rapidamente retirou a meia hora e as empregadas foram-se queixar aos sindicalistas, que as mandaram, e bem para o caraças, depois de tal falta de respeito e cuidado pela sua própria saúde.


Isto tudo para dizer que se muita da culpa é da fraca classe governante que temos (os melhores são sempre pisados e impedidos de chegar ao topo da maioria dos partidos da esquerda e direita, ou não se estão para chatear com tal acefalia presente), outra também é da população que em muitas situações faz por merecer.