lollabama 2: Barack & Roll
Ver a Patti Smith às voltas de carrinho de golf no exterior do recinto do Lollapaloza, enquanto segurava o chapéu com as duas mãos, não foi chamariz suficiente*: Barack estava ao lado e fazia anos. Ali para os lados do parque de estacionamento do Yearlykos, pensei eu, ainda poderia haver uma festa (helas, o barbecue é só na 3a).
Barack não era o único no YearlyKos. Estavam lá todos os candidatos presidenciais, sujeitando-se ao 'informalismo' de sessões abertas com um público 'hostil' de esquerda. Só isto dirá muito do poder do Daily Kos, de que o Pedro já aqui falou. Para quem não conhece, este 'blog' já chegou ao milhão de visitas por dia, com +600,000 visitas em média (em comparação, o público tira uma tiragem de 46,000 jornais), apoiando, pressionando ou denunciando o campo político democrata. Devo dizer que me arrepia o culto Kosiano que faz o cunho deste blog (nem a alternativa desmedida de se passar a chamar 'NetRoots Nation' a partir da próxima convenção), mas vale a pena perceber o que se tem passado por lá ao longo deste fim-de-semana.
Ontem falou-se de dinheiro e lóbis. De todos os candidatos, Hillary Clinton foi a única a admitir continuar a aceitar dinheiro de lóbiistas de Washington (e para quem viu Sicko, aí na coluna do lado, sabe que Hillary sofreu os efeitos dos lóbis farmacêuticos). Por outras: é a única a aceitar dinheiro entregue em mão nos passos perdidos local, a versão mais aberta do tráfico de influências que se passa na política americana.
Mas todos têm telhados de vidro nisto (e quando a ACLU e a NRA estão de acordo na rejeição de regulação federal o problema não fica mais fácil de resolver). Obama, que já anda a meter a pata na poça com o que disse sobre o Paquistão (ainda que numa jogada de puro faro político), tem na GoldmanSachs (a mesma que vendeu uma empresa à EDP) o maior contribuinte de campanha. Com dinheiro a pingar pela internet, esta malta pode dar-se ao luxo de recusar dinheiro de uns maluquinhos de Washington, diluindo o restante dinheiro 'limpo' em contas faraónicas.
Um dado interessante nestas contas é o papel de mauzona que todos atribuem à indústria farmacêutica. Pois fiquem-se com esta: de todos os contribuintes registados, a saúde aparece só em 40º lugar, com a American Hospital Association. Muito depois do lóbi da cerveja, dos carros, das comunicações, dos carpinteiros, da Fedex, NRA...e por aí fora. Vejam a tabela dos 100 maiores doadores por vocês, vale a pena.
Vídeo do NYT (com respostas dos outros candidatos) e artigo do Caucus sobre o debate de ontem.
* Mas do gramado exterior Cool War Kids (que parece que andaram por Portugal em vacances) e CSS estiveram bem.
0 comments:
Enviar um comentário