24 agosto, 2007

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A edição de hoje do Público diz que a Procuradoria Geral da República admite “equacionar a abertura de um novo inquérito para apurar se o donativo da Somague ao PSD motivou a prática de outros crimes, designadamente corrupção e tráfico de influências”. Perante os dados apurados, a PGR julgou estar-se perante uma “fraude fiscal simples”.

Isto há coisas extraordinárias. O Tribunal Constitucional remete informação a indicar que uma das principais construtoras civis, natural concorrente a dezenas de concursos públicos, paga, por baixo da mesa, uma despesa de 233 mil euros ao partido que está no governo e ninguém, na PGR, se lembrou de ir verificar os negócios em que a Somague, alegadamente, terá sido beneficiada pelo Governo PSD. O Público, que não tem os meios de investigação da Procuradoria Geral, precisou apenas de um dia para vir com uma história bem complicada para o PSD.Custava assim tanto?

A mesma passividade acontece agora com o PS, e a trapalhada do financiamento da campanha no Brasil, envolvido no meio do escândalo da máfia dos bingos. Em Maio, Jorge Galamba, vogal da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), e militante socialista, declarava que o PS não podia omitir as despesas feitas no Brasil. “Senão não faria sentido. Os partidos angariavam dinheiro em qualquer outro país para pagar cartazes em Portugal”. Infelizmente, tanta convicção perdeu-se pelo caminho, agora que o acórdão assinado pelo Tribunal Constitucional, seguindo os apuramento feitos pela (ECFP), não dedica uma linha ao financiamento da campanha do PS no Brasil. O assunto morreu. Até, claro, um jornal qualquer pegar no assunto e Jorge Galamba vir dizer, como o fez ontem a PGR, que não conhecia a “extensão” dos factos “divulgados na imprensa”.

Actualização: A edição de hoje do Expresso refere que a ECFP está a analisar o financiamento da campanha do PS no círculo da emigração, tendo pedido a colaboração da PJ na investigação. Menos mal, esperamos é que não seja necessário esperarmos cinco anos para sabermos o que realmente se passou na campanha do PS no Brasil.

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